A verdade é que os portugueses comportam-se mesmo como idiotas chapados, não me refiro a todos, evidentemente, mas, sim, ao povo como um todo, ao colectivo da nação, o qual até inclui algumas pessoas inteligentes e outras frequentadoras do meio universitário.
Pondo de parte questões vitais da sociedade portuguesa, no presente momento, olhemos agora apenas para algumas questões linguísticas: o que poderei eu pensar dum povo que diz que os brasileiros não sabem falar português? Deverei acreditar nisso? O que deverei pensar de quem afirma que nós, os portugueses, escrevemos conforme a etimologia das palavras? E que ainda mantemos as bases da língua à qual chamamos português? Saberão os portugueses aquilo que estão a dizer?
Pondo de parte questões vitais da sociedade portuguesa, no presente momento, olhemos agora apenas para algumas questões linguísticas: o que poderei eu pensar dum povo que diz que os brasileiros não sabem falar português? Deverei acreditar nisso? O que deverei pensar de quem afirma que nós, os portugueses, escrevemos conforme a etimologia das palavras? E que ainda mantemos as bases da língua à qual chamamos português? Saberão os portugueses aquilo que estão a dizer?
Só posso pensar que quem faz tais afirmações apenas merece ser rotulado como idiota e ignorante pelos brasileiros e pelos nossos compatriotas de mente sã, também!
Vejamos, então, como se escrevia antes da reforma ortográfica de 1911. Eis a descripção no seguinte trecho: Até aquelle anno as palavras aqui assignaladas e commentadas offereciam effectivamente uma graphia differente da actual, sendo por tanto de immediata comprehensão mesmo nos dias d'hoje! Taes palavras hão de ser lidas nos escriptos d'aquella epoca. Exponhamol-o e expliquemol-o aos leitores: desde então muitas consoantes caíram 'fructo' das reformas orthographicas. Não foi apenas no 'Brazil' que se alteraram muitas palavras, embora, por lá, se tenham retirado muitas consoantes que por cá permaneceram e tenham adicionado muitos vocábulos à língua, alguns de origem indígena tupi-guarani, e outros do inglês, do francês, do italiano e do espanhol que foram aportuguesados de forma diferente do que o teriam sido em Portugal. Aquele país até manteve muitas das palavras "ortodoxas", foi em Portugal que se decidiu "melhorar" e colocar regras numa 'orthographia' em que cada um escrevia conforme lhe ditava o seu bom senso e o conhecimento da escrita. O problema é que essa reforma de 1911, assim como várias tentativas posteriores de acordos ortográficos entre Portugal e o Brazil nem sempre foram respeitados por ambas as partes envolvidas na contenda da língua que desunia os dois países.
Vejamos, então, como se escrevia antes da reforma ortográfica de 1911. Eis a descripção no seguinte trecho: Até aquelle anno as palavras aqui assignaladas e commentadas offereciam effectivamente uma graphia differente da actual, sendo por tanto de immediata comprehensão mesmo nos dias d'hoje! Taes palavras hão de ser lidas nos escriptos d'aquella epoca. Exponhamol-o e expliquemol-o aos leitores: desde então muitas consoantes caíram 'fructo' das reformas orthographicas. Não foi apenas no 'Brazil' que se alteraram muitas palavras, embora, por lá, se tenham retirado muitas consoantes que por cá permaneceram e tenham adicionado muitos vocábulos à língua, alguns de origem indígena tupi-guarani, e outros do inglês, do francês, do italiano e do espanhol que foram aportuguesados de forma diferente do que o teriam sido em Portugal. Aquele país até manteve muitas das palavras "ortodoxas", foi em Portugal que se decidiu "melhorar" e colocar regras numa 'orthographia' em que cada um escrevia conforme lhe ditava o seu bom senso e o conhecimento da escrita. O problema é que essa reforma de 1911, assim como várias tentativas posteriores de acordos ortográficos entre Portugal e o Brazil nem sempre foram respeitados por ambas as partes envolvidas na contenda da língua que desunia os dois países.
Como se enganou o dramaturgo irlandês George Bernard Shaw ao pensar, e afirmar, que "a Inglaterra e América são dois países separados por uma língua comum"! O que não é 'commum' é a forma de se escrever as mesmas palavras em Portugal e no 'Brazil' como húmido e úmido, facto e fato, secção e seção, ou de se designarem as mesmas coisas com palavras tão diferentes como lancil (do passeio) e meio-fio; candeeiro e abajur; abajour e cúpula; chapéu-de-sol e barraca de praia; hospedeira e aeromoça; canalizador e bombeiro hidráulico; pestana e cílio; pulso e munheca; barriga-da-perna e panturrilha; toxicodependência e drogadição; tabaco e fumo; fumo e fumaça; fuga de informação e vazamento; neblina e serração; serração e madeireira; alcunha e apelido; apelido e sobrenome; tarte e torta; torta e rocambole; barragem e usina; alpendre e marquise; marquise e varanda de vidro; frasco e vidro; vidro e vidraça; cabina de camião e boleia; boleia e carona, entre alguns meros exemplos. Tudo isto sem querer, sequer, demonstrar quem tem, ou deixa de ter, razão.
Os 'portuguezes', em geral, relativamente à língua 'portugueza' falada em Portugal e no 'Brazil' fazem-me lembrar as afirmações bairristas do Norte do país quando afirmam no Porto: "Aqui começou Portugal!" ou "Nós demos o nome ao país!". É verdade, tudo começa e acaba nalgum lado; sim, a origem do nome pode ser proveniente da invicta cidade, mas ninguém é dono do país nem da língua. Assim, o argumento de que nós, 'portuguezes', demos o nome à língua 'portugueza' e como tal somos donos dela não é aceitável, pois já procedemos a alterações de muitas palavras, as quais não se realizaram no 'Brazil', desprimorámos vocábulos, que se mantiveram no 'Brazil', em favor doutros aos quais passámos a dar mais importância, modificações essas, que muitas vezes até são desconhecidas da maioria dos 'portuguezes'.
Quem quiser ter algumas noções de como se escrevia há mais de 100 anos pode clicar e ler a obra "A Hollanda" de Ramalho Ortigão, ou poderá, ainda consultar os 'archivos' da revista 'illustrada' O Occidente.
Quem quiser ter algumas noções de como se escrevia há mais de 100 anos pode clicar e ler a obra "A Hollanda" de Ramalho Ortigão, ou poderá, ainda consultar os 'archivos' da revista 'illustrada' O Occidente.
Voltemos agora ao busílis, ao âmago da questão que deu origem a este comentário. Os 'portuguezes' são um povo presunçoso, pelo menos agora são-
-no, e acham que são inteligentes e espertos, o que coloca todos os outros na categoria de burros. Assim, acham que a forma estranha de se escrever no 'Brazil' está errada e que em Portugal tudo se escreve certo e direitinho e que somos os guardiães da língua, os seus melhores zeladores! Pobres tolos! (Até o correCtor ortográfico me sublinhou a palavra guardiães, sugerindo que eu escrevesse "guardiões" mas o vocábulo vem do gótico wardjan, e do latim guardianu, em inglês guardian, em francês gardien, porquê a sugestão de "guardiões" no plural, em 'portuguez'!?) — é muita presunção deste novo corr''tor! Prossigamos. Como esperam ser zeladores da sua língua, os 'portuguezes', se antes do desacordo tortográfico "unificador" da língua não sabiam (e não sabem) distinguir escrevesse de escreve-se!? Não sabiam (e alguns continuam a não saber) quando inclinar o acento grave (`) para a esquerda ou o agudo (´) para a direita! Escrevia-se (e alguns continuam a escrever) "Srº." e "Drº." como abreviaturas de "senhor" e de "doutor", mas estas palavras terminam em R e não em O, e ainda não foram acordizadas estas palavras para "senhoro" nem "doutoro"! Diziam (e alguns continuam a dizer) "fazer uma questão" em vez de "fazer uma pergunta" ou "colocar uma questão". Num país onde se dizia (e alguns continuam a dizer) "pèrda" em vez de "pêrda" (aprendi que pèrda se aproxima da sonoridade de m...)! Muita gente não sabia (e continua sem saber) distinguir as formas do presente das do passado de verbos terminados em "ar" como ensinamos e ensinámos! Antes do desacordo dizia-se (e alguns continuam a dizer) tóchico em vez de tócsico mas ninguém designa por "tochicodependente" a quem se vicia em substâncias tóxicas (tócsicas). Estações de TV onde se escrevia (e continuam a escrever) "cresce" em vez de "creche" (confusão derivada da pronúncia lisboeta de "crexe" em vez de "crés-ce" junto com a ignorância do redactor). As informações escritas nos telejornais como "2 mil e 500", ou "1,5 mil milhões" em vez de "2500" e "1500 milhões" são pérolas da linguagem jornalística; os jornalistas que não sabem a diferença entre "sob" e "sobre", ou as legendagens de filmes e as traduções de livros que pareciam (e parecem) ser efectuadas por amadores (alguns amadores fariam melhor), tantos eram (e são) os disparates que por aqui se podiam ver e que são uma verdadeira delícia para fazer chorar qualquer um, como o gentílico da Etiópia ser um etiópio! Com certeza só deverá ser mesmo isso, e por que não?
Mas, que não se pense que são apenas as pessoas incultas as únicas a não saber 'portuguez', veja-se como, hoje, por pedantismo se incluem desnecessários vocábulos e expressões na língua. Seria compreensível se ainda não houvesse designação na nossa língua, mas como muitos até já existem pode-se afirmar que o fazem por puro snobismo, é pena, não deixa de ser uma ignorância encapotada! Hoje temos "chairman" como se não houvesse presidente, secretário, secretário-geral, director ou outra qualquer designação à escolha! Até passámos a ter "coffee specialists" como se não existissem especialistas, peritos, ou técnicos, para o café, será que por cá não há conhecimento técnico e ter de se usar o "know-how"? Ou não teremos treinadores para "coachers" ou "trainers"!? Será que os termos em português demonstram pobreza de linguagem? Pobreza de espírito é o que ocupa a mente daqueles que pensam que são "experts" da língua e trazem a inovação da moda para modernizar a língua quando já cá existem tantos peritos e filólogos. O que seria da língua portugueza sem esta pseudo-riqueza da inovação, uma língua ininteligível?
Senhores doutores zeladores, então não sabem que a gente não temos que escrever errado, porque a gente tem é que escrever certo, ou, nós temos que estar mais atentos às regras gramaticais e 'orthographicas'? Estas são algumas das muitas barbaridades dos zeladores da língua. Depois do desacordo tortográfico comecei a encontrar coisas de bradar aos céus que me parece terem sido escritas por alguns inteletuais que querem dar um novo impato à nossa língua e tornar isso um fato inquestionável como se hoje em dia fosse difícil o contato entre os vários doutores da língua 'portugueza' para se esclarecerem sobre o que está certo e errado!
Claro que os erros do passado ficaram felizes por já não estarem sozinhos hoje, passaram a estar, agora, acompanhados pela presença das idiotices que se acobertam sob a capa de terem sido escritas ao abrigo do desacordo tortográfico.
Eis um exemplo retirado da Universidade Lusófona (ou deverei dizer Lusofona ou então Cafona!?):
-no, e acham que são inteligentes e espertos, o que coloca todos os outros na categoria de burros. Assim, acham que a forma estranha de se escrever no 'Brazil' está errada e que em Portugal tudo se escreve certo e direitinho e que somos os guardiães da língua, os seus melhores zeladores! Pobres tolos! (Até o correCtor ortográfico me sublinhou a palavra guardiães, sugerindo que eu escrevesse "guardiões" mas o vocábulo vem do gótico wardjan, e do latim guardianu, em inglês guardian, em francês gardien, porquê a sugestão de "guardiões" no plural, em 'portuguez'!?) — é muita presunção deste novo corr''tor! Prossigamos. Como esperam ser zeladores da sua língua, os 'portuguezes', se antes do desacordo tortográfico "unificador" da língua não sabiam (e não sabem) distinguir escrevesse de escreve-se!? Não sabiam (e alguns continuam a não saber) quando inclinar o acento grave (`) para a esquerda ou o agudo (´) para a direita! Escrevia-se (e alguns continuam a escrever) "Srº." e "Drº." como abreviaturas de "senhor" e de "doutor", mas estas palavras terminam em R e não em O, e ainda não foram acordizadas estas palavras para "senhoro" nem "doutoro"! Diziam (e alguns continuam a dizer) "fazer uma questão" em vez de "fazer uma pergunta" ou "colocar uma questão". Num país onde se dizia (e alguns continuam a dizer) "pèrda" em vez de "pêrda" (aprendi que pèrda se aproxima da sonoridade de m...)! Muita gente não sabia (e continua sem saber) distinguir as formas do presente das do passado de verbos terminados em "ar" como ensinamos e ensinámos! Antes do desacordo dizia-se (e alguns continuam a dizer) tóchico em vez de tócsico mas ninguém designa por "tochicodependente" a quem se vicia em substâncias tóxicas (tócsicas). Estações de TV onde se escrevia (e continuam a escrever) "cresce" em vez de "creche" (confusão derivada da pronúncia lisboeta de "crexe" em vez de "crés-ce" junto com a ignorância do redactor). As informações escritas nos telejornais como "2 mil e 500", ou "1,5 mil milhões" em vez de "2500" e "1500 milhões" são pérolas da linguagem jornalística; os jornalistas que não sabem a diferença entre "sob" e "sobre", ou as legendagens de filmes e as traduções de livros que pareciam (e parecem) ser efectuadas por amadores (alguns amadores fariam melhor), tantos eram (e são) os disparates que por aqui se podiam ver e que são uma verdadeira delícia para fazer chorar qualquer um, como o gentílico da Etiópia ser um etiópio! Com certeza só deverá ser mesmo isso, e por que não?
Mas, que não se pense que são apenas as pessoas incultas as únicas a não saber 'portuguez', veja-se como, hoje, por pedantismo se incluem desnecessários vocábulos e expressões na língua. Seria compreensível se ainda não houvesse designação na nossa língua, mas como muitos até já existem pode-se afirmar que o fazem por puro snobismo, é pena, não deixa de ser uma ignorância encapotada! Hoje temos "chairman" como se não houvesse presidente, secretário, secretário-geral, director ou outra qualquer designação à escolha! Até passámos a ter "coffee specialists" como se não existissem especialistas, peritos, ou técnicos, para o café, será que por cá não há conhecimento técnico e ter de se usar o "know-how"? Ou não teremos treinadores para "coachers" ou "trainers"!? Será que os termos em português demonstram pobreza de linguagem? Pobreza de espírito é o que ocupa a mente daqueles que pensam que são "experts" da língua e trazem a inovação da moda para modernizar a língua quando já cá existem tantos peritos e filólogos. O que seria da língua portugueza sem esta pseudo-riqueza da inovação, uma língua ininteligível?
Senhores doutores zeladores, então não sabem que a gente não temos que escrever errado, porque a gente tem é que escrever certo, ou, nós temos que estar mais atentos às regras gramaticais e 'orthographicas'? Estas são algumas das muitas barbaridades dos zeladores da língua. Depois do desacordo tortográfico comecei a encontrar coisas de bradar aos céus que me parece terem sido escritas por alguns inteletuais que querem dar um novo impato à nossa língua e tornar isso um fato inquestionável como se hoje em dia fosse difícil o contato entre os vários doutores da língua 'portugueza' para se esclarecerem sobre o que está certo e errado!
Claro que os erros do passado ficaram felizes por já não estarem sozinhos hoje, passaram a estar, agora, acompanhados pela presença das idiotices que se acobertam sob a capa de terem sido escritas ao abrigo do desacordo tortográfico.
Eis um exemplo retirado da Universidade Lusófona (ou deverei dizer Lusofona ou então Cafona!?):
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Será admissível que depois do desacordo tortográfico se tenha deixado de saber escrever intelectual, impacto, facto, contacto e tantas outras palavras? Estes C não são mudos meus caros concidadãos! Sabiam disso senhores doutores? Pior que tudo é que estas barbaridades são escritas nas Universidades e nos Ministérios governamentais.
Obs.: segundo as recentes notícias divulgadas de que na Lusófona se consegue um diploma em apenas um ano, estará justificada a forma como se escreve por lá!
É verdade que muito boa gente, no 'Brazil', não sabe escrever certo (pois lá, já sabemos que, ninguém escreve correCto), mas no país dos zeladores da língua, terra de doutores e engenheiros (sim, aqui no meu Portugalzito todos querem ser tratados dessa forma), infelizmente, ainda são poucos aqueles que sabem escrever minimamente bem!
Obs.: segundo as recentes notícias divulgadas de que na Lusófona se consegue um diploma em apenas um ano, estará justificada a forma como se escreve por lá!
É verdade que muito boa gente, no 'Brazil', não sabe escrever certo (pois lá, já sabemos que, ninguém escreve correCto), mas no país dos zeladores da língua, terra de doutores e engenheiros (sim, aqui no meu Portugalzito todos querem ser tratados dessa forma), infelizmente, ainda são poucos aqueles que sabem escrever minimamente bem!
Com tantas barbaridades que vejo todos os dias no meu país, com todas estas idiotices só posso, mesmo, concluir que os 'brazileiros' têm razão, que eu nasci num país de gente idiota e que até "parece piada de português"!
Justificando o meu protesto contra o incongruente desacordo tortográfico, pretenso unificador da língua 'portugueza', inventado no século passado, pelos 'portuguezes', ao qual alguns países lusófonos (de língua oficial 'portugueza') não aderiram, como Angola e Moçambique:
Alguns 'portuguezes', zeladores da língua, criticam os 'brazileiros' por escreverem "egíPcio" como sendo o habitante do "Egito", ou "espeCtador" como aquele que assiste a um "espetáculo", e que isso não faz sentido e que os 'portuguezes' não têm que andar a reboque da língua 'brazileira', a verdade é que a espectacular invenção acordística se deve a um português, o sr. Malaca Casteleiro, e que o 'Brazil' decidiu apoiar. Mas os críticos zeladores da 'luzitana' forma de escrever esquecem-se, ou nem percebem, que na 'luzitana' terrinha se escrevem coisas estranhas como herbicida o produto que mata ervas ou que estas são plantas herbáceas. Já agora, por que não haveria de ser herba (como herbe em francês)? Então, o que aconteceu ao H das hervas (herbis em latim)? Caiu nas ervas mas segurou-se nos herbicidas. Esperem lá! Algo aqui, na minha terrinha, também não faz sentido, mas ninguém critica! É estranho! Os outros estão sempre errados, nós é que estamos sempre certos! Teoria curiosa!
Já agora, por falar em curiosidade, em italiano, a língua daqueles que descendem do povo que falava latim, a palavra homem que deriva de homo escreve-se uomo, e a palavra hoje, do latim hodie, os italianos lembraram-se de passar a escrever oggi! Lá se foram, também, os H nas terras em que criaram o Império Romano e onde inventaram o latim! Mandaram a etimologia às urtigas...
Dúvida: segundo o desacordo tortográfico se janeiro, norte e verão se escrevem com minúsculas, será que o detractor da língua portuguesa deverá ser escrito como joão malaca casteleiro, também?
Vejamos porque o desacordo tortográfico não unifica a "língua 'luzitana'" com a "língua 'brazileira'" (ou brasiliana) para transformá-las numa língua portuguesa una:
Retirar as consoantes consideradas mudas (mas nem todas) que ainda restam na língua 'luzitana' é levar a uma modificação da pronúncia dessas palavras. Muitas consoantes mudas do séc. XIX (19) caíram no início do séc. XX (20), assim decidiram os filólogos que consideraram quais seriam irrelevantes e quais deveriam ser mantidas para abrir as vogais que as antecedessem. Desta forma caiu o C de 'producto' por ser desnecessário à sonoridade do U, mas manteve-se o C em corrector para não se confundir com a pronúncia de corretor. A tendência da pronúncia 'luzitana' é a de fechar as vogais, assim muitas pessoas, hoje, já dizem geração (j'ração) em vez de gèração, e dizem pâssaporte em vez de pàssaporte (como se ensinava antigamente). Por certo as antigas arquitèctas (de 'architectas' no séc. XIX) irão passar à pronúncia de arquitêtas, o aspècto passará a aspêto, e a pronúncia de r'cèpção irá passar a r'ss'ção. Eis a importância dos C e P que alguns consideram mudos!
Agora, porque não é unificador o desacordo tortográfico?
Pergunte-se a um 'brazileiro' o que significa, para ele, a nova 'graphia luzitana' quanto a "aspeto", "caraterística", "confeção", "deceção", "detetar", "espetador", "excecional", "expetativa", "fação", "infeção", "perceção", "perspetiva", "receção", entre outras, e essa pessoa irá dizer que estas nossas novas palavras estão erradas segundo a sua noção de escrita correta; é que por lá, no 'Brazil', escreve-se: aspecto, característica, confecção, decepção, detectar, espectador (mas, espetáculo), excepcional (mas, exceção), expectativa, facção, infecção (e infeccionado e não infetado ou infectado), percepção, perspectiva, e recepção, etc. Qual foi aqui a tão propalada unificação da língua!?
Quais serão os 'brazileiros', que nunca tendo estado em Portugal, consigam, logo à primeira leitura, reconhecer o 'luzitano' significado de eléctricos de Lisboa e do Porto, teleférico, telemóvel, voice-mail, portátil, vai-vem, entre outras? E quem serão os portugas que sabem definir quem são os inadimplentes (nem o meu novo corr''tor 'orthographico' reconheceu o vocábulo inadimplente!) ou saberão, ainda, o que é o nepotismo, por exemplo? No entanto a inadimplência e o nepotismo são vulgares em Portugal! Onde está a unidade da língua acordizada? Vocês "me entendem-me"? Espero que sim, excepto/exceto se a dificuldade ficar a se dever-se à tónica/tônica que eu possa colocar na minha pronúncia quando falo!
Com estes comentários quis deixar aqui presente a minha opinião de que o desacordo tortográfico não unifica a língua, ele cria divergências onde antes não existiam, cria confusões desnecessárias como quando se retira o acento de pára ou o C de corrector, altera a pronúncia a médio prazo dalgumas palavras como corrèctor e recèpção, incentiva a nossa mente a distrair-se com a nova 'graphia' de palavras como colorretal, enfim, em vez de corrigir o que pudesse estar menos bem apenas serve para complicar ainda mais a mente dos jovens e dos menos jovens. Se o acordês não unifica a forma de escrever e não foi ratificado por todos os países lusófonos, então, afinal, serve para quê?
Muitos 'brazileiros', é verdade, até poderão não saber escrever correctamente a sua língua, mas isso será normal se atendermos à dimensão do seu país, como é o 'Brazil', e onde durante muitos anos não terá sido fácil levar a instrução escolar a todos os recantos dum tão vasto território. O que eu considero estranho num pequeno país, como Portugal, em que as pessoas se consideram donas da língua 'portugueza' e, como tal, superiores aos outros, é encontrarmos estudantes universitários e doutorados que não saibam escrever correctamente a sua língua!
Com tantos crânios que existem em Portugal o que eu acho curioso é que cada vez que pesquiso um assunto na internet o mais certo seja encontrar uma resposta brasileira! Os 'portuguezes' falam muito, falam muito, mas não fazem nada.
Conclusão; quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras no telhado do vizinho. Por isso, mesmo que os brazileiros não escrevam correcto/correto, não são os únicos, então, os 'portuguezes' não têm autoridade moral para criticá-los porque, por certo, terão tido muito mais oportunidades de aprender a escrever bem e não o fazem também. E ainda, por muito que pareça que o AO90 tenha tido origem no 'Brazil' e que os 'portuguezes' queiram responsabilizar alguém por tamanhos maus tratos à nossa língua, não será acusando o povo 'brazileiro' que os portuguezes irão melhorar as barbaridades causadas pelo dito desacordo tortográfico.
Apelo: senhores tradutores, por gentileza, não desvirtuem a língua portuguesa! Quando usarem os tradutores automáticos façam uma revisão à tradução, para que gas de gasoline em inglês não surja como gás em português, por exemplo. O povo português agradece.
Continuarei a escrever segundo as regras de 1945, ou quem sabe se não voltarei às do séc. XIX (19), quando cada um escrevia como sabia, tal como agora, em que cada um escreve como não sabe!
Para rir...
Justificando o meu protesto contra o incongruente desacordo tortográfico, pretenso unificador da língua 'portugueza', inventado no século passado, pelos 'portuguezes', ao qual alguns países lusófonos (de língua oficial 'portugueza') não aderiram, como Angola e Moçambique:
Alguns 'portuguezes', zeladores da língua, criticam os 'brazileiros' por escreverem "egíPcio" como sendo o habitante do "Egito", ou "espeCtador" como aquele que assiste a um "espetáculo", e que isso não faz sentido e que os 'portuguezes' não têm que andar a reboque da língua 'brazileira', a verdade é que a espectacular invenção acordística se deve a um português, o sr. Malaca Casteleiro, e que o 'Brazil' decidiu apoiar. Mas os críticos zeladores da 'luzitana' forma de escrever esquecem-se, ou nem percebem, que na 'luzitana' terrinha se escrevem coisas estranhas como herbicida o produto que mata ervas ou que estas são plantas herbáceas. Já agora, por que não haveria de ser herba (como herbe em francês)? Então, o que aconteceu ao H das hervas (herbis em latim)? Caiu nas ervas mas segurou-se nos herbicidas. Esperem lá! Algo aqui, na minha terrinha, também não faz sentido, mas ninguém critica! É estranho! Os outros estão sempre errados, nós é que estamos sempre certos! Teoria curiosa!
Já agora, por falar em curiosidade, em italiano, a língua daqueles que descendem do povo que falava latim, a palavra homem que deriva de homo escreve-se uomo, e a palavra hoje, do latim hodie, os italianos lembraram-se de passar a escrever oggi! Lá se foram, também, os H nas terras em que criaram o Império Romano e onde inventaram o latim! Mandaram a etimologia às urtigas...
Dúvida: segundo o desacordo tortográfico se janeiro, norte e verão se escrevem com minúsculas, será que o detractor da língua portuguesa deverá ser escrito como joão malaca casteleiro, também?
Vejamos porque o desacordo tortográfico não unifica a "língua 'luzitana'" com a "língua 'brazileira'" (ou brasiliana) para transformá-las numa língua portuguesa una:
Retirar as consoantes consideradas mudas (mas nem todas) que ainda restam na língua 'luzitana' é levar a uma modificação da pronúncia dessas palavras. Muitas consoantes mudas do séc. XIX (19) caíram no início do séc. XX (20), assim decidiram os filólogos que consideraram quais seriam irrelevantes e quais deveriam ser mantidas para abrir as vogais que as antecedessem. Desta forma caiu o C de 'producto' por ser desnecessário à sonoridade do U, mas manteve-se o C em corrector para não se confundir com a pronúncia de corretor. A tendência da pronúncia 'luzitana' é a de fechar as vogais, assim muitas pessoas, hoje, já dizem geração (j'ração) em vez de gèração, e dizem pâssaporte em vez de pàssaporte (como se ensinava antigamente). Por certo as antigas arquitèctas (de 'architectas' no séc. XIX) irão passar à pronúncia de arquitêtas, o aspècto passará a aspêto, e a pronúncia de r'cèpção irá passar a r'ss'ção. Eis a importância dos C e P que alguns consideram mudos!
Agora, porque não é unificador o desacordo tortográfico?
Pergunte-se a um 'brazileiro' o que significa, para ele, a nova 'graphia luzitana' quanto a "aspeto", "caraterística", "confeção", "deceção", "detetar", "espetador", "excecional", "expetativa", "fação", "infeção", "perceção", "perspetiva", "receção", entre outras, e essa pessoa irá dizer que estas nossas novas palavras estão erradas segundo a sua noção de escrita correta; é que por lá, no 'Brazil', escreve-se: aspecto, característica, confecção, decepção, detectar, espectador (mas, espetáculo), excepcional (mas, exceção), expectativa, facção, infecção (e infeccionado e não infetado ou infectado), percepção, perspectiva, e recepção, etc. Qual foi aqui a tão propalada unificação da língua!?
Quais serão os 'brazileiros', que nunca tendo estado em Portugal, consigam, logo à primeira leitura, reconhecer o 'luzitano' significado de eléctricos de Lisboa e do Porto, teleférico, telemóvel, voice-mail, portátil, vai-vem, entre outras? E quem serão os portugas que sabem definir quem são os inadimplentes (nem o meu novo corr''tor 'orthographico' reconheceu o vocábulo inadimplente!) ou saberão, ainda, o que é o nepotismo, por exemplo? No entanto a inadimplência e o nepotismo são vulgares em Portugal! Onde está a unidade da língua acordizada? Vocês "me entendem-me"? Espero que sim, excepto/exceto se a dificuldade ficar a se dever-se à tónica/tônica que eu possa colocar na minha pronúncia quando falo!
Com estes comentários quis deixar aqui presente a minha opinião de que o desacordo tortográfico não unifica a língua, ele cria divergências onde antes não existiam, cria confusões desnecessárias como quando se retira o acento de pára ou o C de corrector, altera a pronúncia a médio prazo dalgumas palavras como corrèctor e recèpção, incentiva a nossa mente a distrair-se com a nova 'graphia' de palavras como colorretal, enfim, em vez de corrigir o que pudesse estar menos bem apenas serve para complicar ainda mais a mente dos jovens e dos menos jovens. Se o acordês não unifica a forma de escrever e não foi ratificado por todos os países lusófonos, então, afinal, serve para quê?
Muitos 'brazileiros', é verdade, até poderão não saber escrever correctamente a sua língua, mas isso será normal se atendermos à dimensão do seu país, como é o 'Brazil', e onde durante muitos anos não terá sido fácil levar a instrução escolar a todos os recantos dum tão vasto território. O que eu considero estranho num pequeno país, como Portugal, em que as pessoas se consideram donas da língua 'portugueza' e, como tal, superiores aos outros, é encontrarmos estudantes universitários e doutorados que não saibam escrever correctamente a sua língua!
Com tantos crânios que existem em Portugal o que eu acho curioso é que cada vez que pesquiso um assunto na internet o mais certo seja encontrar uma resposta brasileira! Os 'portuguezes' falam muito, falam muito, mas não fazem nada.
Conclusão; quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras no telhado do vizinho. Por isso, mesmo que os brazileiros não escrevam correcto/correto, não são os únicos, então, os 'portuguezes' não têm autoridade moral para criticá-los porque, por certo, terão tido muito mais oportunidades de aprender a escrever bem e não o fazem também. E ainda, por muito que pareça que o AO90 tenha tido origem no 'Brazil' e que os 'portuguezes' queiram responsabilizar alguém por tamanhos maus tratos à nossa língua, não será acusando o povo 'brazileiro' que os portuguezes irão melhorar as barbaridades causadas pelo dito desacordo tortográfico.
Apelo: senhores tradutores, por gentileza, não desvirtuem a língua portuguesa! Quando usarem os tradutores automáticos façam uma revisão à tradução, para que gas de gasoline em inglês não surja como gás em português, por exemplo. O povo português agradece.
Continuarei a escrever segundo as regras de 1945, ou quem sabe se não voltarei às do séc. XIX (19), quando cada um escrevia como sabia, tal como agora, em que cada um escreve como não sabe!
Para rir...
Hospital de S. José, Lisboa, Portugal,
o melhor mesmo é tirar um dos C's,
o melhor mesmo é tirar um dos C's,
talvez aquele que tem a cedilha!
Os portugueses escrevem bem!
Não haja dúvida...
- Depois dizem os portugueses: "os brasileiros não sabem escrever português!", pois é, está visto que os portugueses sabem escrever muito bem! Ora pois, pois...
- Já nem mesmo no jornalismo se sabe escrever, li no Expresso a palavra "demais" quando queriam dizer, e deveriam ter escrito: "de mais". Pois, e os brasileiros é que não sabem escrever!
- Numa locução portuguesa dum programa na TV por cabo ouvi pronunciar por duas vezes "gòrgulho" em vez de "gurgulho" numa referência ao gorgulho do feijão. Depois digam que os brasileiros é que não sabem falar! Pois, pois...
- Quando os portugueses pronunciam "m'strado" em vez de "mèstrado" e "j'ração" em vez de "gèração" será que estão a falar correctamente? Pois claro, ainda vão dizer que é influência dos brasileiros!
- Ver numa legendagem portuguesa a palavra "ouvis-te" é sinónimo de muita sabedoria linguística, é como "fize-mos" e outras barbaridades terminadas em "-mos" e "-te". Mas os brasileiros é que não sabem escrever! Pois com certeza...
- Ler um artigo da Agência Financeira (portuguesa) onde se pode constatar o seguinte: "Já Bruno é formado em eletromecânico e diz que tem um longa experiência profissional em... empregado de mesa", é um atestado de bem falar jornalisticamente em português (para quem não souber: a formação é em electromecânica com ou sem C; o artigo indefinido deve concordar com o género do substantivo "uma experiência"; essa experiência profissional é "como" empregado e não "em..." seguido de reticências!). Por certo só mesmo os brasileiros é que não sabem português, os jornalistas portugueses são exímios, pois... em burrologia!
- É estupendo ver na RTP Informação a palavra "Egíto", já não bastava perder o P como ainda ganhar um acento agudo no I! E logo a seguir "reunião ministrial". Se alguém me disser que isto são gralhas, então, vou ficar a pensar que o jornalismo em Portugal deve ser composto por um bando de gralhas esvoaçantes! Ora, pois...
- No Jornal das 8 da TVI foi possível ler numa tradução: "...antes que a criança embarca-se no avião." Trocar "embarcasse" por "embarca-
-se" é um erro muito comum entre os portugueses, mas escrito por jornalistas é o mesmo que dizer: os jornalistas portugueses escrevem muito bem! Ora pois... - No Primeiro Jornal da SIC o entrevistado por telefone disse: "...nalgumas..." e os jornalistas legendaram "...em algumas..."! Será que pensam ter corrigido algum erro? Os jornalistas portugueses estão sempre muito atentos e sabem escrever tudo muito bem, pois então!
- A um bom tradutor não basta transcrever para a sua língua o que está noutra, isso é o que fazem as máquinas e programas de tradução automática. Um tradutor deverá ser um conhecedor da sua cultura. Por esse motivo aquilo que lemos ou ouvimos nem sempre é coerente ou normal. Constatei numa tradução portuguesa: "...ele nasceu a 4/15/71...", terei que tratar de saber o nome do mês 15! (Nos EUA as datas escrevem-se assim, mas não em Portugal).
- Na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, o locutor português disse que o actual Benim já participou com o nome de Dahomey (tendo pronunciado Dàôme), a verdade é que antigamente, na nossa língua esse país designava-se por Daomé, pronunciando-se o nome como se escreve... somente os portugueses falam correctamente a língua portuguesa! Ora pois sim...
- A RTP, a estação do Bom Português, apresentou, entre muitas outras barbaridades, a palavra "páraquedista", ora, após o Desacordo Tortográfico não basta cortar C´s, P's e hífenes, a torto e a direito, é que depois de cair o hífen de pára-quedista não pode o vocábulo passar a ter o acento tónico antes da antepenúltima sílaba, e neste caso é -dis- (a penúltima). Como diz santacordevo: "Escreve como eu digo e não como eu escrevo!" Vejam só, como os portugueses defendem a sua língua... Pois!
- A SIC escreveu que: "Estado detetou 3 mil e 400M € ilegais...". Apesar de me soar estranho não deverei pronunciar-me, aqui sobre o novo vocábulo "detetar" (estranho para os portugueses e para os brasileiros), mas ver 3.400 milhões escrito numa mixórdia de numerais cardinais com extenso pelo meio e terminando em abreviatura faz-me pensar que os jornalistas portugueses defensores do acordês defendem muito bem a sua Língua! Pois, é!
- Na SIC Radical surgiu a legendagem: "Voltámos já a seguir!"
Sabemos que muitos portugueses têm dificuldade em usar correctamente o passado deste verbo na 1ª pessoa do plural, e dizem-no, e escrevem-no, no presente. Agora, misturar o passado numa frase futura é que ainda se torna mais estranho! Escrevem muito bem os portugas, pois pois! - Numa legendagem li a seguinte expressão imperativa: "Ardam tudo!", em vez de "Queimem (ou incendeiem) tudo!". Será que os portugas defendem mesmo a Língua portuguesa? Pois não sei!
- Por certo já ouviram aquelas pessoas que dizem para um homem: "Sim, senhora", e que dizem para uma senhora: "Sim, senhor"; ou ainda quando um homem agradece a uma senhora dizendo-lhe: "Obrigada", ou quando uma senhora agradece a um homem com um "Obrigado"! Quem é que fica obrigado(a) a quem? Acham mesmo que os portugueses são os senhores da Língua? Pois, eu acho que não!
- Será que ver escrito na TVi: instauraçäo, notificaçäo, e acusaçäo, é sinónimo dos jornalistas portugueses serem defensores da sua Língua? Pois, talvez não sejam estes os portugueses que defendem a sua Língua!
- Quando a revista Visão escreve "De entre..." (dentre) e o DN Globo "...que os EUA se tornem em Europa." (noutra, não em), não haja dúvida que somos o baluarte da defesa de bem escrever. Pois, pois...
- Quando em legendagens da TV por cabo aparecem traduções como "Minha nossa!" ou "Até mais ver", só nos falta rematar: Pois não?
- Ler, na RTP, a estação do "Bom Português" a seguinte legendagem acerca dum discurso meteorológico, torna-se para mim quase indecifrável: "...quero assegurar-vos que esta tempestade não nos vai trazer nada que nós pensemos não estar preparados para lidar." Isto será bom português? Pois, talvez seja! Sei lá, se calhar o problema deve ser meu...
- Num fim-de-semana, apenas, os noticiários das 3 estações televisivas puderam brindar-nos com algumas pérolas linguísticas: a RTP escreveu "contato" (será que já foi comprada pela TV Record!?); a SIC escreveu "deêm" (isto não é portugalês, nem brasileirês, nem mesmo acordês, caramba!), e a TVI escreveu "excepcional" e "exatamente" (estes apoiam a RTP e optaram pelo brasileirês borrifando-se para o acordês!). Em Portugal é que se escreve muito bem a Língua portuguesa. Ora pois!
- Ouvir um repórter referir-se ao clube de futebol de Olhão como o Ulhanense, será isso defender a Língua!? Pois, deve ser!
- Lindo é podermos ler na TVI: "A 2º parte fizémos...", não deveria começar-se a frase com "Na"? E 'parte' não é feminino!? Então por quê 'segundo'? E o pretérito perfeito do verbo fazer na 2ª pessoa do plural, escrito se acento gráfico não se lê também "fizemos"!? Pois, com tanta sabedoria nem o acordês se salva!
- Gostei muito de saber que a região francófona do Canadá, para a RTP, é: Quebéque! E ainda ofereceram também o acento de "entretêve-se"! Adoro que ponham nalgum lado os acentos que são esquecidos noutras palavras, pois claro!
- PC, PM de PT, em comunicação ao país no Facebook: "Não era o que gostaria de poder vos dizer..." Mas será que isto já é acordês!?
- Na SIC podia-se ler: "Escalada de mau estar" será que o oposto é bom-estar!? E também 3 mil e 400 M€. Valores numéricos com extenso pelo meio! Isto está cada vez melhor. Somos do melhor que há, não haja dúvida, pois, pois!
- As expressões "com você" e "com vocês" sugiram em duas traduções portuguesas! E a seguir vem o quê: "com eu", "com tu", "com nós" e "com vós"!? Estamos cada vez mais defensores da língua portuguesa, pois então!
- RTP, a defensora do acordês apresenta a seguinte legendagem numa notícia: "Gostaria de ser a próxima primeiro ministra da Islândia?" Aprendi que os géneros tinham que concordar e como se lembraram de eliminar hífenes e maiúsculas, então, passamos a ter A próximA primeirO ministrA, não A segundO nem A terceirO mas aquela que chegou em 1º, antes dos outros, acho eu! Maravilhoso perteguês, pois claro!
- Mais uma vez, a RTP, a estação do Bom Português, apresentou escrita a expressão "Edição 31...", parecendo que acabaram os numerais ordinais na nossa língua, ou será que é porque já ninguém consegue entender o que possa ser trigésima primeira edição!? Pois, então, não é que este jornalismo português defende tanto a língua portuguesa?
- Também ainda não entendi por que, agora, se apresentam tantas vezes as percentagens por extenso como cinco por cento ou 5 por cento, em vez de 5%, por exemplo, será que é por receberem o pagamento da tradução em quantidade de caracteres!? Que o português seja bem entendido, ora pois!
- A TVi escreveu que o Benfica iria baixar o preço das "cotas"! Quais cotas? As da altura, da largura ou do comprimento do estádio? Então e o preço das quotas, vai manter-se? Excelente portugalês, pois, pois!
- Tradução da TVi24: "... to populate the region..." deve ser o mesmo que "popular a região"!!! Invente-se o verbo "popular" que povoar está fora de moda!!! Ora pois, defenda-se a língua!
- Publicidade: "Nos cinemas 26 de Outubro"!!! Onde ficam os cinemas chamados 26 de Outubro? Ou 26 de Outubro seria A data!? Que bem que eu escrevo! Pois...
- Na RTP, a tal do Bom Português, numa reportagem, ouvi falar em "corrètores" bancários (isso mesmo, pronúncia com "e" aberto). Será que os Bancos vão ser corrigidos? Pois é, bem mereciam...
- Num site português com informações sobre a Segurança Social pode ler-se a seguinte frase: "...relacionado em união de fato do trabalhador", eu pergunto, "fato do trabalhador", qual? O fato-macaco, ou outro!? Estarão todos doidos neste país! Estão pois!
- "Lojas e caves inundados" (!) escreveu a RTP; então e a tal concordância com o género dos sujeitos? Bom português, pois claro!
- Traduzir numa legendagem o tratamento judicial de deferência "Your Honour" por "Senhora Juíza" é uma excelente tradução. Coitados do juízes que já perderam o tratamento de meritíssimos! Será que andaram todos na mesma escola como colegas!? Pois, deve ter sido isso!
- Ouvir uma Prof. Universitária dizer na RTP: "...talvez terá sido..." soa um pouco estranho! Pois soa!
- "...uma das medidas a que o país foi v'tada!" Pôde-se ouvir na RTP, numa notícia relativa à Grécia. Claro que se trata dum país com nome feminino, mas "país" é um substantivo masculino com o qual o verbo "v'tar" tem que concordar em género e em número. Em tão poucos anos este verbo teve mesmo que perder a sua pronúncia anterior de "vètar" para "v'tar" como se o "e" aberto tivesse sido comido? Por certo foi fazer companhia à "j'ração" que abandonou a "gèração"! Pois foi...
- Bem sei que seria mais lógico escrever "teria-me" do que "ter-me-ia", mas as regras da Língua dizem o contrário, pelo que lermos desvios à regra numa legendagem de televisão parece um pouco estranho! Parece, pois!
- Numa tradução televisiva, após a entrada em vigor do famigerado e patético AO, pude ler: "...um corrector a ler o Financial Times...". O homem estaria a corrigir o quê? As notícias? Pois devia ser isso!
- Já tinha ouvido a falácia de que o AO90 servia para unificar a Língua portuguesa, claro que isso seria impossível, mas ao ler escrito no Expresso o seguinte: "entrou com pedidos para registrar...", então, a partir daí compreendi que a Língua já estava unificada, e também percebi quem é que passa a ditar as regras e as normas! O jornalismo português defende bem a sua Língua, pois defende!
- No jornal Sol pude ler "[...] está prestes a por termos a um jejum [...]". Juro que não entendo! Embora perceba pelo contexto aquilo que queriam dizer. Vamos ver se nos entendemos: "por termos" não é o mesmo que "pôr termo" (isto era quilo que queriam dizer "finalizar" mas acabaram por escrever um disparate sem sentido. "Por termos" é uma condição no infinitivo da 2ª pessoa do plural do verbo Ter (por nós termos). Termos, também pode significar uma garrafa térmica, ou atitudes, modos, "vamos a ter termos" dizia-se antigamente aos miúdos para eles se comportarem bem. Agora, "pôr" sem acento será o quê? Terá sido um esquecimento (no meu tempo de escola era considerado 1/4 de erro; 4 falhas de acentos eram considerados 1 erro e uma reguada na mão), talvez um modernismo, ou um brasileirismo? Bom português é que não é com certeza, pois não!
- No jornal Expresso pude ler: "porquê que, [...], retirou o telefone do auscultador [...]?". Agora passou a escrever-se "porquê que?" em vez de por que é que?"!? E "retirou o telefone do auscultador"!? Eu apenas consigo retirar o auscultador do telefone, e nunca o contrário! Pois, isto deve ser o novo portugalês jornalístico!
- Na revista Visão pode ler-se: "[...] assistiu-se à entrada abruta [...]". Vá lá, senhores jornalistas, arranquem todos os C e P que virem por aí, e à bruta transformem o português numa língua irreconhecível e sem sentido, abrutalhadamente sempre poderão ir tornando o Povinho mais analfabeto, pois então!
- No Expresso pode ler-se: "Uma técnica superiora da função pública faz uma viagem de trabalho. [...]" Superiora!? Seria freira, alguma Madre!? Os portugueses é que respeitam as regras de português? E ainda se admiram que a a srª. RousseffA queira ser tratada por PresidentA! Pois claro!
- Digam-me quem é que anda a traduzir isto: "Deiam-me boas notícias..." (CSI Las Vegas - SIC)! Donos e defensores da língua portugalesa, pois, pois!
5 comentários:
Blá blá blá blá....
Gostei bastante do seu texto, apenas não pude deixar de reparar que costuma escrever "ter que" em vez de "ter de", em situações em que a segunda talvez se aplique melhor, como decerto saberá bem melhor do que eu, pois "Língua Portuguesa" nunca foi dos meus pontos fortes na escola.
Agradeço imenso a partilha da sua opinião e realmente, por muito que nos custe, temos de admitir que tem toda a razão.
É de lamentar que a maioria dos ilustres senhores que podem efectivamente fazer alguma coisa para mudar este (des)acordo pouco se importem com tais factos.
A nós, resta-nos tentar não cometer muitos erros, apesar de que com esta confusão, o erro ser o correto!
Apelo: senhores tradutores, por gentileza, não desvirtuem a língua portuguesa!
Desvirtuam.
Amigo Alexandre, peço desculpa pelo atraso na minha resposta, mas tem toda a razão na sua observação em relação ao "ter que" e "ter de". São erros que se tornam comuns mas nem por isso são desculpáveis, mesmo quando aprendidos de forma errada ou por termos sido induzidos ao erro. Aqui fica um link de esclarecimento: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=15563
Importante dar a mão à palmatória.
Correcções feitas e os meus agradecimento.
Abraço
JH
Mais uma observação, Caro Alexandre, poderemos tentar não cometer muitos erros e esforçar-nos por mantermos as regras tal como as aprendemos, no entanto, sabemos que muitas das palavras que usamos hoje derivam dalguma forma de erros e não apenas dos étimos que lhes deram origem!
Assim, com o passar dos anos e dos séculos, o erro se torna regra...
Abraço
JH
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